EquipamentosPeçasProcedimentos

Correntes de carga e de sincronismo

As Correntes de elos metálicos ocupam funções de elementos de tração há milênios, como comprovaram descobertas arqueológicas.

Histórico das correntes

No século XIX, a hegemonia das correntes de aço na área de elevação de cargas ficou ameaçada: usadas em minas de grande profundidade, descobriu-se haver limite de altura no alcance das correntes, pois estas colapsavam, devido ao próprio peso.

Isto obrigava usar patamares intermediários para os sistemas de elevação e descenso, limitava a carga útil, exigia mão de obra adicional, e gerava atrasos.

A solução foi desenvolvida no século XIX pelo engenheiro alemão Wilhelm Clausthal, que criou os primeiros cabos de aço, muito mais leves, compactos e flexíveis.

Sistemas de tração via engrenagens

Foi também no século XIX que as correntes tradicionais evoluíram para correntes de tração, operando em conjunto com engrenagens compatíveis.

Somente em 1874, o par corrente/engrenagem chegou às bicicletas, invenção que foi teorizada por DaVinci, mas posta em prática, rudimentarmente, apenas no início do século XIX.

Alternativas técnicas

Nem sempre o sincronismo estrito das correntes, associadas a engrenagens, é essencial: de fato os dois elementos sofrem atrito mútuo, que gera perdas de energia, traduzindo-se em calor e queda de eficiência.

Foi no século XX que a tecnologia trouxe as Correias em v. Criada em substituição das correias planas, a correia em V possui perfil trapezoidal, embora o nome, por simplicidade, subentenda perfil triangular.

As correias em V viabilizam Redutor ou ampliador, que em muitos aspectos superam, em termos de custos, as caixas de redução, muito embora percam em sincronismo.

Explica-se: baseadas totalmente no contato entre polia e correia, os sistemas em V estão sujeitos a escorregamento, o que pode ser aceitável em alguns sistemas, mas excludente em outros.

Outra alternativa encontrada pela tecnologia foram as correias dentadas: associadas a polias (igualmente dentadas), asseguram solução mais leve que as correntes, e com resolução de denteado mais fina, proporcionando mais alternativas de aproximação de valores de transmissão.

O fato é que correntes vem oferecendo soluções robustas, mas vão, aos poucos, perdendo terreno, em bikes e motocicletas.

Existe uma solução mais acessível que caixas de redução, baseada, exatamente, em pares correntes/Engrenagens. De fato, essa solução foi usada durante anos, em motores à gasolina com comando de válvulas no cabeçote.

Um detalhe é essencial levar em consideração nas transmissões via correntes: o uso de engrenagens pré-fabricadas, dificulta montar relações de transmissão predefinidas, a aproximação da proporção é obtida usando quantidades inteiras de dentes.

E no tocante ao tamanho da corrente, sempre é provável a necessidade de uma polia ou engrenagem esticadora. No caso das polias em V, é mais fácil chegar a uma proporção predeterminada, uma vez que as dimensões não se limitam a números inteiros.

Alternativas técnicas inoxidáveis

A descoberta do aço inox está situada no primeiro quarto do século XX. A partir da primeira versão, foram desenvolvidas dez alternativas técnicas.

Uma dessas alternativas se chama 316L, também denominada aço cirúrgico, tendo resultado instrumentos cirúrgicos modernos, como bisturis, tesouras, curetas, etc.

O aço cirúrgico acabou adotado como matéria-prima para bijuterias: diferente da Prata, não oxida, e é menos alergênico. Uma dessas bijuterias é a Corrente de inox, muito popular e de custo acessível.

Aplicações em logística

O aço inox possibilita, igualmente, criar linhas (lances de corrente ou cabo com terminação para uso em guindastes e gruas), com alternativas entre uma e quatro “pernas” (lances de corrente iguais, ligadas por elo único, usadas para içar cargas).

As correntes para logística usam elos soldados, têm graus de carga (por exemplo, 8), e são especificadas em normas européias (ILNAS EN 818-2+A1), com elos longos ou curtos, medindo entre 4 e 45 mm, com graus de risco descritos na cláusula 4.

Os graus de uma corrente descrevem suas tensões de ruptura: assim, o grau 8 especifica uma tensão de ruptura de 800 N/mm². De modo semelhante, um grau 10 especifica ruptura em 1000 N/mm², e um grau 12, 1200 N/mm².

Não limitadas à movimentação de cargas, as correntes de aço inoxidável viabilizam esteiras rolantes aplicadas ambientes com altos índices de higiene, caso de fábricas de produtos alimentícios, preservativos, álcool e açúcar, saneamento e envasamento de água, farmacêuticas, entre outras.

São, igualmente, conhecidas as correntes de agrimensura, usadas em levantamentos topográficos.

Mesmo na era do GPS, fotografias de satélites e medidores eletrônicos de distâncias, diversos locais somente podem ser mensurados com o uso desses instrumentos, capazes de oferecer resolução de 0,2 m, e aproximação de leitura até 0,1 m.

Obviamente, esse tipo de corrente é exposto a ambientes que podem incluir lavouras, pastos ou áreas pantanosas, quando não insalubres; para tolerar esse tipo de exposição, somente uma composição tolerante à oxidação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *